O marco zero de uma cidade representa o seu centro
geográfico, a partir do qual todas as medições de distância relativas a ela são
estabelecidas. Quando se ouve falar que Sorocaba fica a 84 km de São Paulo ou que
Embu Guaçu situa-se a 36,30 km da Capital, o ponto referencial é o tão
conhecido Marco Zero, localizado na Praça da Sé, no centro de São Paulo. Além
disso, frequentemente, essa referência marca o local onde a cidade teve origem.
O Marco Zero que encontramos hoje na Praça da Sé é o quarto
de uma série de tentativas de fixar uma centralidade material na cidade, com a
função de marcar o início da numeração das vias públicas e rodovias estaduais,
como referência para a medição das linhas ferroviárias, aéreas e telefônicas.
O primeiro marco ficava em frente à primeira igreja da Sé,
na altura da atual Rua Venceslau Brás. O segundo não era um monumento
específico, mas a torre da segunda igreja. Posteriormente, foi criado um
monumento ao lado da mesma matriz, retirando da igreja a função de demarcar a
centralidade urbana. No começo do século XX, a igreja da Sé foi demolida, bem
como vários imóveis no seu entorno, para dar lugar à nova Catedral e à grande
praça à sua frente.
São Paulo deixou de ter um marco zero, mas a quilometragem
das estradas era determinada por vários pontos espalhados pela cidade. A
estrada São Paulo - Rio, por exemplo, tinha por referência um marco localizado
na Penha e a estrada São Paulo - Minas, um marco em Perdizes. O jornalista
Américo R. Netto, membro da Associação Paulista de Boas Estradas, preocupado
com a ausência de centralidade, lançou a proposta de se retomar a idéia de um
marco zero para a cidade em 1921. Recorreu ao artista francês Jean Gabriel
Villin para os desenhos e concepção da obra. A idéia de Américo Netto, contudo,
somente encontrou respaldo em 1932, quando o projeto foi aprovado pelo Prefeito
Antônio Carlos Assumpção.
O marco, em forma de um prisma hexagonal revestido de
mármore, foi instalado em frente à Catedral em 1934. Uma placa de bronze exibe
um mapa das estradas que partem de São Paulo com destino a outros estados. Em
cada face do marco, figuras inscritas representam o Paraná por uma araucária; o
Mato Grosso pela vestimenta dos Bandeirantes; Santos por um navio, de cujo
porto saía o café, maior riqueza do país no período; do Rio de Janeiro
recorda-se o Pão de Açúcar e suas bananeiras; Minas Gerais por materiais de
mineração profunda, enquanto Goiás é lembrado por uma bateia, material de
mineração de superfície.
Fonte: www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/patrimonio_historico
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