Selva de concreto
Tumulto, correria, todos se esbarram, mas ninguém se conhece.
Pessoas indo e vindo, sem parar.
Ritmos frenéticos, ritmos sincronizados, todos os dias, a todo momento.
Preso em seu tempo, presos em suas rotinas diárias.
Concreto, motores, fumaças. Movidos apenas pela certeza de que no final da sua jornada, venha a tão suada recompensa.
Descobri que os animais aprisionados num zoológico, não estão presos, mas sim protegidos dos animais soltos do lado de fora, dos homens que vivem suas loucas rotinas, dos homens que tiram a vida de outros sem o menor sentido.
Mesquinhos maus, egoístas, de toda a espécie,
diferentes tipos de espécie e ao mesmo tempo iguais em todos os sentidos.
Uma selva, uma selva de concreto dividida em escalas de poder,
em escalas de ignorância.
Quanto mais se tem, mais querem tirar dos outros.
Selva de insanidade.
Quem é o verdadeiro animal agora?
Invejo os animais presos, animais irracionais.
Somos escravos disso, escravos de nós mesmos.
Quem pode mais?
Quem manipula mais?
Quem com suas mentiras consegue arrastar mais fiéis?
Mera mentira quando se tem algum momento de lazer, algum momento de lucidez.
Assim caminha a humanidade.
Caminhando sem sentido, causando tumulto, causando correria.
Na sua ânsia de cumprir seu papel nesta loucura, acaba se esbarrando em seu suposto semelhante, sem ao menos conhecer sua história, sabendo que ele é mais um escravo neste sistema, escravo em sua própria rotina.
Teco Garces
Texto bem estruturado que relata bem o nosso cotidiano... É tanta correria que as vezes nos esquecemos de sermos mais humanos uns com os outros.
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