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quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

CAMINHANDO!


Caminhando...

Caminhando contra o vento, sem lenço mas com documento... Contrariando a “Alegria Alegria” de Caetano.
Eu vou porque não?
Contra o vento...
Contra a Maré...
Como um animal que luta para sobreviver na cadeia alimentar. Como um ator sem graça que tenta ofuscar as luzes e aplausos dos espectadores.
Aceitando as frustrações do dia a dia.
Eu vou porque não?
Avançando porque não?
Contrariando a vida, as expectativas de vida. Quebrando as estatísticas mentirosas encobertas por todos os lobos ao nosso redor
Eu vou porque não?
Engolindo mentiras maquiadas em lindas palavras de nossos governantes.
Desabafando aos quatro ventos nossas lamentações, mesmo sem ter ninguém pra ouvir.
Eu vou porque não?
Sem lenço, sem documento, nada no bolso ou nas mãos.
Eu vou porque não?
Caminhando pelas manifestações, contra tudo e contra todos, mesmo que no final isso de nada irá mudar.
Nessa peça teatral os atores sem graça somos nós. Nosso espetáculo da vida nunca será aplaudido.
Como comediantes, não fazemos mais graça, somos a “graça”.
Construindo prédios tijolo por tijolo, suor e calos nas mãos, mais no final somos barrados ao tentar contemplar nosso trabalho.
Obras magníficas em troca de trocados.
Na luta da “esquerda” e “direita”, me vejo no meio dos ideais.
Virando números para os votos.
Tentando ser politicamente correto, errando repetidamente nas “escolhas” forjadas pela mídia.
Não canto hinos de anarquia, não uso máscaras para me esconder do vandalismo.
Eu vou porque não?
Procurando a paz, que a cada dia me parece mais distante.

Eu vou porque não?


Teco Garces

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